junho 29, 2015

Jaquetas - Buscar soluções.




Quando entramos numa loja de roupas não vamos comprar uma roupa, mas sim buscar uma solução para nosso problema. 
Quando  falo dessa roupa, refiro-me as jaquetas e  as calças para motociclistas.
 O que move a decisão de  adquirir uma roupa para andar de motocicleta?
 A dificuldade de decisão, muitas vezes está  no comprador menos experiente,  acreditando  que  irá precisar de determinadas características na roupa que  viu e ou foi bem ou mal influenciado.
São  influencias pela publicidade, fatores do gosto, preferências, valores de crenças , hábitos, opiniões alheias, suposições  e  uma infindável delas. 

Devemos ter em mente uma escala de atributos que acreditamos serem necessários na  roupa especializada que estamos precisando. São esses atributos físicos  escolhidos, que nos poderá trazer uma auto-satisfação como uma recompensa pessoal  pela nossa aquisição.
Nessa tarefa inicial todo o cuidado é pouco para não sermos vítima do modismo, se formos por ele,  certo  é o erro,  para a moda o que vale é a emoção que uma determinada marca proporciona.
A  atividade de andar de motocicleta esta intimamente ligada a emoção, portanto  a escolha desses equipamentos está muito próxima da emoção, devemos ter clareza das emoções para distingui- las.
O cuidado deve ser redobrado.
Basicamente há duas abordagens para um processo de escolha, uma é  pelo processo mental, com uma correta elaboração e análise das necessidades e a outra pela abordagem comportamental, a ansiedade, emoções, status, auto-estima, auto-realização, influencias tendenciosas.
Por exemplo, há jaquetas pesadas, quentes, sem ventilação, permeáveis e que por desatenção  nossa  acreditamos só no aspecto visual. Durante o uso vamos perceber que a jaqueta é muito ruim, mesmo sendo de uma marca renomada.

Lembro-me da minha primeira jaqueta, até bonita, mas no calor era muito quente, no frio, muito fria, além dos velcros estarem costurados do lado errado.  Foi só usando para saber dos problemas.
Antes de entrar numa loja, há que pensar o seguinte: Para que finalidade eu quero uma jaqueta, quais minhas exigências funcionais para essa roupa?
Alguns pontos de análise para uma correta definição: clima, topografia, (condições do terreno, estradas, solo, altitude, umidade, temperatura), tecnologias para  o desempenho do produto.

Dentre os aspectos de análise de uso : viajamos muito por terra, ou por estradas asfaltadas, por lugares mais ermos, ou para lugares onde há mais “civilização”, se iremos fazer uma viagem para um local frio, ou será por um clima desértico e ou se será por uma região que chove muito, etc ?
Alguns viajam por prazer, outros a trabalho (um trabalho prazeroso), se fôr a trabalho que tipo de roupa melhor me favorece. Há necessidade de muitos bolsos, precisa ter bons refletivos, precisa ter um forro especial?
Pensaria até se vamos com ou sem garupa?
Essas coisas devem ser observadas, pois o investimento é alto e muita das vezes não terá jeito de resolver a má escolha durante a viagem.

Nesse pensamento há  aspectos curiosos a verificar, um é evitar sofrimento ( frio, calor, chuva, escoriações, minimizar acidentes, etc.) outro é o prazer (conforto, elegância, status, auto–realização  etc).
Devemos observar a qualidade objetiva como  um atributo mensurável, diferente da qualidade afetiva que é emocional, que  é a ação da sua procura, e que tem um julgamento cognitivo.
E esse julgamento na decisão de compra, muitas vezes  poderá ser enganoso, pois perpassará  objetividade confusa nas expectativas funcionais.
 Temos que ficar atentos à situação de uso, e com a função de uso. Quando uma roupa oferece benefícios, são os seus  atributos incorporados revelados e nossa satisfação recompensada.
Mesmo dispondo de mais informações, sendo mais exigente na hora da compra, às vezes valores errados prevalecem na decisão de escolha.

Essa roupa também deve ser pensada em termos climáticos, devemos ficar atento a pequenos detalhes que ela possa permitir como ter aberturas para ventilação, se é impermeável,  se não absorve calor pela cor escura, temos que observar o máximo de possibilidades que ela possa oferecer, e todas as possibilidades de clima que talvez tivéssemos pela frente.
A maioria dessas roupas sendo importadas, são caracterizadas por um valor uniforme, padronizados, com atributos e benefícios que satisfazem necessidades e expectativas de consumidores em uma  amplitude geográfica  específica e restrita.
 Não foram feitas para o clima brasileiro, quente, úmido, com variações abruptas durante o dia.
A compensação do esforço realizado para sua aquisição, tanto o esforço financeiro como de tempo de escolha, seleção das emoções terá a ver com os benefícios adquiridos, que foram verificados pelos atributos de procura.

Um exemplo comum, uma boa  jaqueta permite  opções  de fechamento frontal, mas por vezes oferecem tantas opções, que fica confuso saber o que  é mais eficaz para determinada situação, até atrapalhando o conforto emocional. O mesmo se dá com os bolsos.
A qualidade da roupa deve ser maior do que o preço anunciado deve superar as expectativas do mais exigente comprador. Devemos gostar e comprar aquilo que nos prestam serviços pelo prazer que tiramos delas, por uma funcionalidade perfeitamente útil, por uma eficiência aplicável as nossas necessidades. Com um valor de conveniência perfeitamente adequado as nossas expectativas, e com um valor emocional que nos traga alegria.
A cor é uma característica marcante na roupa, a grande maioria é de cor preta.  Acredito que essa predominância está associada a cor preta do couro, pois até alguns anos passados o couro era o material mais usado em roupas para motociclistas. Hoje já não é mais.
A cor preta é desfavorável em todas as circunstâncias, absorve muito calor, é pouco visível principalmente durante a noite, esconde  a sujeira. Ponto  muito desagradável, pensar que uma roupa está limpa e na verdade escondeu a sujeira. Há empresas especializadas em tratamentos muito eficazes nos tecidos, tornando-os impermeáveis e com um alto grau de repelência a poeiras e óleos, alem de tinturarias especializadas em tingir da cor que quisermos. 

As roupas  de cores  são mais alegres e vistosas, alem de proporcionar uma jovialidade com esportividade. As combinações de cores dentro da modelagem de corte de uma roupa de motociclista são infindáveis.  Ao optar por uma determinada combinação de cores algumas fabricas fazem estudos cromáticos para obter uma gama variada de cores.  Mas há fabricas que mesmo usando cores, fazem uso intenso do preto com poucas partes coloridas, no entanto outras que nenhum de seus produtos é preto, e tem uma gama de cores tão rica e elegante que as tornam muito sofisticadas pelo desenho. Sobre as cores, não  é um bom argumento de escolha decidir  por uma que suja pouco.

Usou, viajou , suou, sujou  tem que ser lavada e bem higienizada.
Recentemente ouvi de um usuário de motocicleta vendo um conjunto de jaqueta e calça importada dizendo ser aquela “o sonho de consumo” dele. Ao ouvir aquilo, disse-lhe, porque você não analisa melhor a roupa e verá que ela tem várias coisas que são desnecessárias e até um complicador durante as viagens. Vendo o seu espanto fui orientando-o a analisar cada item que a roupa tinha, e verificamos juntos que havia mais penduricalhos que eficiência nas suas partes.

Vou dar um exemplo que eu gosto muito de observar. Há jaquetas que o forro térmico é fixado por zíper no corpo da jaqueta. Quando estamos na estrada com baixa temperatura,tudo bem, pode ser interessante, mas ao sairmos da motocicleta e entramos em um local fechado o calor é muito desagradável.
Se tirarmos a jaqueta, vai ficar frio, se ficarmos com ela vamos sentir o desconforto do calor. Esse forro térmico  não deve ser fixo a jaqueta, mas livre, pois ao tirarmos a jaqueta ficamos com  esse forro, que na realidade se transforma numa jaqueta térmica  e que, se tiver um bom corte  poderá ser usada separadamente em outras ocasiões, até  socialmente. 

Os bolsos é outro assunto bom de analisar. O que levamos nos bolsos durante uma viagem?
Qual é o tamanho ideal dos bolsos e onde deve ser sua localização? Quantos bolsos?
Essas perguntas são importantes para análise de compra. Ter muitos bolsos não significa ter qualidade, as vezes nos perdemos neles. O que está, e onde está o que eu procuro?

Até  agora sem muito problema. Essas análises  são subjetivas e parciais, vai de acordo com a capacidade de cada usuário.
Ao começarmos a analise técnica do tipo de tecido e forro as coisas ficam mais complicadas:
Qual é a melhor? 
Cordura, couro, poliamida, nylon, com Tactel, com Gore-tex com Sympatex , etc?
Falaremos sobre essas tecnologias em outra oportunidade, pois são completamente diferentes umas das outras, cada uma com sua finalidade específica.

 

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